terça-feira, 19 de junho de 2012


Ela: riso solto, pele macia, pernas longas, postura nobre, correndo louca, desenfreada dele. Ele: forte, quente, barba por fazer, perfume intrigante, hálito fresco, correndo louco, desenfreado dela. Ambos no jardim onde sempre se (re)encontram e se amam. Ali perto, do outro lado da cerca, havia um casal de idosos. Como a cerca é baixa, e se trata de um ambiente aberto, o jardim, vozes se misturam e são ouvidas de forma clara. Foi quando ouviram a senhora falar para o marido, um senhorzinho de cabelo branco, bengala e pantufa, ela, uma senhora com olhar de moça, com um livro em mãos, olhando encantada para os dois e dizendo: ”Olha, querido, como a felicidade deles é alta, não? Correm loucos um atrás do outro, gritam, se abraçam, se atiram ao chão, gargalham, se entregam…” Seu marido, de riso frouxo, sorriu e respondeu: ”Nunca existiu felicidade baixa, minha querida. Felicidade quieta, não é felicidade. Eles me lembraram nós, quando jovens.
— Aghata Paredes.

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